sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O HALLOWEEN E A REFORMA


Dia 31 é o dia comemorativo da reforma protestante. A data remonta o dia em que o monge agostiniano Martinho Lutero fixou suas 95 teses contra as indulgências na porta da paróquia do castelo de Wittemberg, na Alemanha. Era o dia 31 de Outubro de 1517.


Não foi por acaso a escolha desta data.


Dia 1º de novembro é dia de todos os santos e dia 2 de novembro, dia de finados. Também não é coincidência que o Halloween seja comemorado no mesmo dia da reforma.


Ambas as datas foram motivadas pela crença (especialmente celta) de que, na passagem do dia 31 de outubro para o dia 1º de novembro, abria-se a passagem que comunicava o mundo dos vivos com o mundo dos mortos. Era o solstício do inverno europeu. Um tempo de dias sombrios, onde as mortes se multiplicavam devido ao impiedoso frio.


No caso do Halloween, parte da tradição se explica nos rituais antigos de culto aos mortos. As lendas celtas diziam que quando a passagem do mundo dos mortos se abria, os mortos vinham ara arrastar os vivos para o seu mundo. Então os vivos usavam de três artifícios para enganar, ou agradar os mortos. Um deles era vestirem-se de mortos, para se fazerem passar por um deles e não serem ceifados (daí a tradição das fantasias); o outro era oferecer banquetes aos mortos; mesas fartas eram postas nas casas, que ficavam abertas para os mortos entrarem e se saciarem dos manjares oferecidos (donde vem o “doce ou travessura”); por último, preparavam lanternas feitas de cabaças, para que os mortos pudessem iluminar o caminho e retornar ao seu próprio mundo (daí as abóboras iluminadas).


Já no caso da reforma, a venda de indulgências (documentos assinados pelo papa, que conferiam o perdão de pecados a quem os comprasse; e era poderoso até para retirar as almas do purgatório) alcançava o seu apogeu durante o solstício de inverso, pois em nenhuma outra data do ano a memória dos entes-queridos mortos estava tão presente. Jonh Tetzel, o vendedor dos tais papéis, dizia: “Ao tilintar da moeda no fundo do cofre, uma alma sairá do purgatório”. Chegou ao absurdo de afirmar que a cruz do vendedor de indulgências tinha tanto poder quanto a Cruz de Cristo e que quem comprasse uma indulgência seria mais puro do que quando saíra do batismo, ou mais do que Adão antes do pecado.


Era como vender chocolate na páscoa e brinquedo no dia das crianças. Mole-mole.

Nenhum comentário:

Postar um comentário